terça-feira, 3 de agosto de 2010

Freud, Nietzche, Marx e Cristo: Seguimentos e paradoxos





Em “Assim falou Zarastruta”, Nietzche afirma categoricamente por meio do seu personagem que sai vagueando pelos mercados, praças anunciando para o povo que “Deus está morto”. Na busca pelo desmascaramento dos valores, e anunciando a genealogia dos valores, Nietzche tem por certo que a vida para ser bem vivida, é aquela que se contempla totalmente a idéia de finitude, isto é, o homem é finito, derivado do húmus, e para este há de retornar. A vida tem seu inicio e seu fim, e basta, nada mais que isso. A idéia de eternidade, de vida pós-morte é totalmente inconcebível ao homem elaborado por Nietzche, ao contrario é o sintoma de fraqueza, portanto em sua busca de construção de um outro mundo, afirma “Deus está morto” e não há quem possa se esconder no mesmo.

“A religião é o ópio do povo”, assim afirma Marx, que a religião tem em sua essência a capacidade de turvar a consciência dos homens, impedindo que possam desenvolver o curso de vida autenticamente, e sim, de um modo completamente alienado. Em sua visão a religião tem propriedades alucinógenas projetando o povo para crenças que são falácias revestidas de sagrado.

Para Freud, a “religião é a neurose obsessiva da humanidade” e “religião é o futuro de uma ilusão”. Primeiramente, Freud afirma que a religião é uma neurose obsessiva em decorrência de vários de projeção que fazemos das figuras paternas e maternas, criando um Deus, que tivesse vida e por sua vez nos impusesse as restrições. A repetição da historia do desamparo que sentimos do pai, e assim projetamos em algo que apazigúe esse desamparo, isto é, a figura de Deus. Não obstante, a religião ser uma ilusão, porque na visão de Freud, a partir de um tom de cientificismo, a sua crença que a única coisa que melhor poderia ser ao homem, será a ciência, a qual poderá trazer progresso a vida humana.

Analisando as celebres expressões que caracterizam os pensamentos dos autores acima, algo aponta para um materialismo critico, que encerra toda e qualquer possibilidade de contemplar o mundo em sua dimensão bipolar de mundo real – mundo espiritual, e no âmbito do humano, das dimensões da alma – e do espírito. Seria como retirar os olhos que tanto enxergam dimensões da vida, e viver no mero tatear sobre a escuridão. É de se pontuar que tais pensamentos advem da própria morbidade do espírito, que apagado na própria escuridão jamais concebeu a ideia do espiritual. Não como fuga, mas como a capacidade de transcendência, a capacidade de encontro e re-encontro com o Absoluto, pois como afirma Cristo, que Ele é espírito, e importa que os verdadeiros adorem em espírito e em verdade.

A idéia do espiritual é a concepção de encontro da vida, do retorno ao elo perdido, atendendo ao desejo inconsciente de Deus, como afirma Viktor Frankl, um desejo latente que anseia ardentemente ao retorno e comunhão com o Criador. Nesse quesito, rompe-se a concepção da patologia para inserir o humano na concepção de saúde, e saúde espiritual, que faz florescer a capacidade de contemplação profunda, reflexão critica da existência, e revitalização da consciência, e da transcendência.

“Eu e o Pai somos um”. É se chegando ao Filho que temos acesso ao Pai, mas somente por meio de um espírito vivificado, que nos revoga a possibilidade de viver o verdadeiro amor, que traz a tona uma relação autentica de filiação, isto é, a verdadeira e saudável relação de Pai-filho, na qual o amor é a coluna que sustenta todas as coisas, e que como balsamo traz a capacidade de uma ação curativa e preventiva.

Somente no Amor!

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