Estar na Sibéria é sempre um teste diário para a capacidade
de planejamento e de realização. Com estações muito bem definidas, quando é
chegado o inverno, acordar com baixas temperaturas e muita neve tendo que
enfrentar os afazeres do dia a dia requer sempre uma previsão de como me
vestir, qual forma melhor de agasalhar, se devo ter uma sombrinha, qual a
melhor forma de transporte, manter ou não certas atividades, e para tudo isso o
dia deve sempre começar com acesso as informações do tempo, da previsão do
tempo, para a parte da manhã, da tarde e da noite, com todas as possíveis
variações.
É
preciso sempre estar atento na umidade do ar, e na sensação térmica. Olhar
pela janela logo pela manhã e ver um belo dia ensolarado não é certeza de que o
tempo esteja favorável, e talvez menos frio. Com o vento somado a temperatura
temos o resultado da sensação térmica, isto é, pode-se ter temperaturas amenas,
mas com sensações térmicas de temperaturas mais baixas. Pode ser -5 graus porém
a sensação térmica é de -20 graus.
São
situações que nos impõe quando nessas condições o dever do planejamento do dia,
a começar com tais informações do tempo, para com isso saber bem como vou me
agasalhar, pois ser pego desprevenido é sempre a mais desconfortante das
situações, que muitas vezes temos que fazer o caminho de volta para a escolha
de melhores peças de roupas para a contenção do frio.
Para os
siberianos é uma situação absolutamente domável e que se aprende desde a
infância, resultando em uma expressão que define bem, ao dizerem que não existe
frio, existem pessoas mal vestidas, mal agasalhadas. Diante da realidade,
quando porventura se veste a meia errada e passa o dia todo com a horrível sensação
de que os pés estão molhados, que estão congelando, que vai perdendo a
sensibilidade, o ditado naturalmente parece estar muito bem construído.
Nesse
aspecto do planejamento de como estar no dia, e a escolha correta tornam-se
preponderante para o bem estar no inverno. Cabe ressaltar o conceito de
efetividade, que são as atitudes e escolhas que tornam real e concreto os
resultados. No inverno não há possibilidade para a falta de efetividade com
relação ao planejado e realizado, ou acerta, ou o dia será de tormenta com a
degradante sensação térmica por conta da falta de proteção. Não há espaços para
o gerundismo, não se pode estar vestindo, preparando, arrumando, agasalhando.
Você já sai de casa vestido, preparado, arrumado, agasalhado.
No
mundo do empreendedorismo a situação é semelhante. Para cada momento, cada ação
requer algum grau de planejamento. É preciso traçar o escopo, e planejar as
ações. Simplesmente agir sem previsão é sempre um risco, seria como caminhar
pelo escuro, sem saber o que nos espera logo avante. Para isso, quanto mais
recursos de planejamento, melhor será a consecução dos resultados.
Feito o
primeiro passo, que é ter certo nível de informação e planejado o agir, é hora
de colocar em prática. E momento de construir os resultados, é momento de tirar
materializar as idéias, transformar a realidade com vistas ao nosso planejado.
Para isso o emprego de energia que substancialmente cada nível de situação nos
exige.
O
distanciamento entre o planejado e realizado, terá como variante fundamental a
efetividade dos nossos procedimentos, e o compromisso com os resultados. Num
campo de visão, no ideário, faz saber que para sermos efetivos, é salutar
contar com a visão do realizado. Construir desde o início imagens mentais do
proposito já realizado. Diz-se que no campo das neurociências, da neurolinguística
e da física quântica, que a concepção do realizado em termos do imaginário,
cria campos energéticos e quânticos suscetíveis para a compensação das
necessidades.
Para o
sucesso do tornar realidade, é preciso de antemão o compromisso com o fim, conceber
que os meios são parte para o fim. Dentro da infinidade de exemplos vale
ressaltar os mais básicos a título de compreensão ampla. O gerente do
departamento planeja para os próximos dias uma ação de vendas para queima de
estoque. Para isso traça o escopo, define um plano e compartilha com sua
equipe. E para o João é dada a tarefa de ficar responsável pelo material
gráfico de divulgação da campanha. Todos os dias o gerente reúne a equipe para
um feedback, e organizar o budget, a diferença entre o planejado e realizado. E
quando perguntado, o João se sentindo cansado sempre responde que havia ligado,
havia falado, havia pedido, e estava tudo sendo resolvido. Todos os dias era a
mesma história. O João estava fazendo! O gerente prevendo que as tarefas
passadas ao João fossem se realizar, decide ele mesmo realizar. O João
sobremodo decepcionado questiona o gerente sobre a atitude, pois para ele em
todo o tempo ele foi ativo, em todo o tempo este fazendo.
A
realidade do exemplo, que se passa entre um gerente um membro da equipe,
demonstra a realidade que se encontra nos mais variados espaços empresariais,
do serviço público, das atividades sociais, e demais, a saber a falta de
compromisso com o fim, a insana ideia de que o compromisso com os meios nos
legitime como bons executores, numa lamentável concepção de que fazer por
fazer, do ativismo sem vistas ao objetivo, representa o melhor modo de estar e
ser participe da vida organizacional de qualquer empreendimento.
O nível
mais maléfico de realidade linguística para o empreendedorismo certamente é o
gerundismo. Deparar com a realidade do gerundismo como resposta para o
planejado é como nos deixar sem a definição concreta de qual momento nós
estamos em nosso planejamento. E preciso respostas do onde, como, porque,
quando, que horas, que parte. E preciso ser quanto mais atomista, no sentido de
ter claro todas as partes do desenvolvimento do planejamento para melhor
visualização e definição dos resultados.
É
preciso a construção dos valores do fim, em que todos entendam que estar
fazendo, pode significar não fazer, pois no final, quando os resultados não
comparecerem depois de intensa atividade, o desgaste e apregoação do fracasso
serão reluzentes e discriminado para todos. O João não entendeu que não bastava
apenas ligar, que independentemente era preciso o material na data prevista. E
que para ter sido efetivo, o seu compromisso deveria ser com o fim. Caso fosse,
certamente João teria construído várias alternativas para ter chegado ao fim,
ter tido seu resultado favorável como determinado para ele. Talvez tivesse ido
pessoalmente, agendado o transporte, falado, brigado, enfim, se efetivo o João,
não importando como, teria cumprido seu objetivo. Esse sim, é o sinônimo da
efetividade. Missão dada, deverá ser sempre uma missão cumprida.
Empreender
consiste na básica tarefa de a cada dia planejar e executar de modo efetivo
pois como um siberiano, não ser efetivo com os resultados é a certeza de sentir
o frio cortante e aridez do inverno. Não ser efetivo nessas condições é
prerrogativa do refazer, do alongamento do tempo, do desgaste do tentar
novamente. E para ser econômico em todos os sentidos, nada mais caprichoso que
ter por essência do fazer a efetividade.
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